25 de novembro de 2008

Sobre as profundezas de nós mesmos

O cerne de nossos questionamentos está dentro de nós mesmos...

Tudo somos aquilo que queremos ser... A famosa frase que ouvimos quando crianças: "O que você quer ser quando crescer ?" denota a essência da realidade que, em geral, desprezamos e distorcemos para justificar eventuais falhas.

Mas queremos enganar a quem ? Os exemplos são claros e podem ser vistos a todo o momento. Mesmo aquele sujeito surfista, que muitas vezes é chacoteado por viver na praia e não fazer mais nada durante sua vida... No fundo, ele só faz o que escolheu para viver.

Ele vive para surfar e, ao menos tenta, surfar para viver. É verdade que a segunda afirmação nem sempre é totalmente realizada, mas ele não se arrepende de enfrentar os mais variados problemas da vida enquanto está executando a primeira (viver para surfar).

Voltando para nosso interior, podemos dizer que cada sentimento, cada percepção que tenhamos são originados pelas nossas mentes, brilhantes e desconhecidas. Segundo Michael Roach, cada percepção sentida por uma pessoa é gravada em sua mente pelo resto de sua vida e, elas crescem continuamente, com o passar do tempo.

Assim sendo, um simples desejo inocente de se tornar um médico acompanhará uma criança durante toda a sua adolescência, sua maturidade, sua vida... Aqueles que conseguem, por diversas razões, controlar melhor sua capacidade mental, provavelmente se tornaram médicos e cumprem confortavelmente suas tarefas.

Entretanto, outros podem esconder este desejo por muito tempo e, em algum momento do futuro, isto virá à tona. Provavelmente, durante a primeira crise profissional pela qual tiver que contornar, este indivíduo se lembrará: "Por que não estudei para ser...". Simplesmente porque não entendeu, não conseguiu lidar ou não obteve o apoio necessário de outras pessoas ao seu redor para fazê-lo não desistir e desviar do caminho.

Também devemos considerar que nem sempre é ruim não satisfazer um simples desejo, que pode seguí-lo eternamente. O segredo da vida é entender as circunstâncias nas quais estamos inseridos, entender como as marcas mentais afetam nosso cotidiano e nosso futuro e conseguir controlar quaisquer expectativas, racionalmente.

A racionalidade é uma característica do ser humano, pela qual deveria se diferenciar dos demais animais. Entretanto, deixamo-nos ser levados por instintos e ou crendices. Dominar a mente e utilizá-la melhor é a única chave para uma vida tranquila e plena em suas realizações.

Enfim, entendendo a si mesmo, você entenderá que a origem de tudo está dentro de você, muitas vezes disfarçado ou escondido em argumentos gerados para "justificar" os reais motivos que o levaram a não fazer alguma coisa...

Publicado pela primeira vez em: 13/08/2002.


18 de novembro de 2008

Pensamentos

"Não faça da sua vida um rascunho, pois pode não dar tempo de passar a limpo". (André Rossato)

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original". (Albert Einstein)

"O bravo não é quem sente medo, mas quem vence este medo". (Nelson Mandela)

"Há dois tipos de pessoas: as que fazem as coisas e as que ficam com os louros. Procure ficar no primeiro grupo: há menos competição lá". (Indira Gandhi)

"Não chore pelas coisas terem terminado. Sorria porque elas existiram". (Luiz Boudakian)

"Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos, inclusive os da felicidade". (Charles Chaplin)

"Somos o que fazemos. Mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos". (Eduardo Galeano)

"A vitória mais bela que se pode alcançar é vencer a si mesmo". (Ignácio de Loyola)

14 de novembro de 2008

A causalidade

A causalidade (lei da causa e efeito) é uma das mais importantes leis da natureza. Através dela, nos tornamos responsáveis por todos os nossos atos neste mundo. Somos culpados pelas desgraças que ocorrem em nossas vidas, da mesma maneira que somos geniais quando tudo dá certo.

Ela influencia nosso dia-a-dia, manifestando reflexos do passado - até de vidas passadas - nas decisões que estamos por tomar. A causalidade se manifesta por um contexto. Este contexto é formado pelo conjunto de variáveis que irão influenciar as nossas decisões (se é que as temos...). E esse contexto é dinâmico, sendo alterado a todo instante por nós mesmos e por todos que estão à nossa volta.

É importante observar que a causalidade não nos remete ao "determinismo", que diz que as coisas acontecerão em nossas vidas por já estarem determinadas no momento em que nascemos (Maktub). Nós agimos e interagimos com outras pessoas e este relacionamento, por si só, tem o poder de alterar as condições pré-determinadas de nossas vidas.

Também pela causalidade, excluímos a possibilidade do "livre-arbítrio", uma vez que, quando decidimos algo, nossa decisão já está limitada pelas possibilidades geradas pelo contexto no qual estamos inseridos.

A escolha é uma ilusão. É uma forma de controle que as mentes que detém o poder (de alterar o contexto) exercem sobre as demais. Também não conseguimos escolher por outra pessoa. No máximo, conseguimos influenciar o contexto, alterando determinadas condições que irão aumentar ou diminuir o leque de possibilidades de escolha das outras pessoas.

Como os budistas acreditam: "eu posso lhe mostrar a porta, mas só você é quem poderá entrar".

11 de novembro de 2008

10 de novembro de 2008

FOME DE ALMAS SUICIDAS

O cão, que eu vi,
Gostava de comer;
Não carne vermelha,
Mas índoles de fibra:
Sequazes de lineares quimeras
E líricos cactos nascidos em tempo do vôo da primavera.


O cão era robusto, alto e maduro.
O cão trazia em sua expressão
A marca firme, intimidadora, viril, atroz e segura
Da argila que emanta a tez do verdugo, da besta-fera em pessoa.
O cão quebrentou cruel, morosa, progressiva e definitivamente
A rocha da certeza e da altivez que se cimentara
Em um girassol sacramente emantado.
O cão, trajado de apócrito sacro manto,
Carcomeu a rosa que vicejara na estufa do sertão flagelado.
O cão, com sua voz maninha,
Transmudou o verdejante jardim fértil
No verão da savana do Serengueti
E na perene chuva de expansivos paraísos de cálido
Vazio frio de desertos nefandos e inclementes.


O cão: o cão era dantesca imagem
O cão: o cão era sicário iconoclasta
De guerreiras e bonômias divindades
O cão: o cão era pensamentos eternos de maldades etéreas
O cão assassinara um idealista e altivo homem a seu deus
Temente,
Deixando em seu lugar um sombrio cérebro
Aterrado e cadavérico somente.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Efeitos da crise (parte 2)


7 de novembro de 2008

6 de novembro de 2008

Como melhorar a comunicação empresarial

A seguir publico um guia que irá ensinar a ser mais educado no trabalho...

No lugar de: NEM FODENDO!
Utilizar: Não tenho certeza se vai ser possível...

No lugar de: TO CAGANDO E ANDANDO.
Utilizar: Não vejo razão para preocupações...

No lugar de: MAS QUE PORRA EU TENHO A VER COM ESTA MERDA?
Utilizar: Inicialmente, eu não estava envolvido neste projeto.

No lugar de: CARALHO!
Utilizar: Interessante, hein?

No lugar de: FODA-SE. NÃO VAI DAR NEM A PAU.
Utilizar: Há razões de ordem técnica que impossibilitam a concretização da tarefa.

No lugar de: PUTA MERDA! VIADO NENHUM ME FALA NADA!
Utilizar: Precisamos melhorar a comunicação interna.

No lugar de: E NA BUNDINHA, NÃO VAI NADA?
Utilizar: Talvez eu possa trabalhar até mais tarde.

No lugar de: O CARA É UM BOSTA.
Utilizar: Ele não está familiarizado com o problema.

No lugar de: VÁ PARA A PUTA QUE O PARIU.
Utilizar: Desculpe...

No lugar de: VÁ PARA A PUTA QUE O PARIU, SEU VIADO!
Utilizar: Desculpe, chefe.


No lugar de: BANDO DE FILHOS DA PUTA!
Utilizar: A matriz não ficou satisfeita com o resultado do trabalho.

No lugar de: FODA-SE! SE VIRA!
Utilizar: Infelizmente não posso ajudar.

No lugar de: PUTA TRABALHINHO DE CORNO.
Utilizar: Adoro desafios!

No lugar de: AH, DEU PRO CHEFE?
Utilizar: Finalmente reconheceram sua competencia.

No lugar de: ENFIA ESSA MERDA NO CU.
Utilizar: Está muito bom mas, por favor, refaça esta parte do trabalho.

No lugar de: EU PEGO O FILHO DA PUTA QUE FEZ ISSO!
Utilizar: Precisamos reforçar nosso programa de treinamento!

No lugar de: ESSA MERDA TÁ INDO PRO BURACO...
Utilizar: Os índices de produtividade da empresa estão apresentando uma queda sensível.

No lugar de: AGORA FUDEU DE VEZ!
Utilizar: Esse projeto não vai gerar o retorno previsto.

No lugar de: EU SABIA QUE IA DAR MERDA...
Utilizar: Desculpa, eu poderia ter avisado, se fosse consultado.

No lugar de: CACETE! VAI SAIR CAGADA DE NOVO!
Utilizar: Apesar do esforço, teremos outra não-conformidade...

4 de novembro de 2008

Meteorologia em Portugal



Eis uma imagem que vale por mil palavras...



3 de novembro de 2008

COMEDORES DE SOBRAS

No penúltimo halo da antemanhã,
Pessoas saem de seu humilde viveiro
Para buscar o combustível do corpo
Em um quase longínquo desterro.


E, ao chegar a seu destino,
A feira,
Esperam pacientemente
O ocaso da efervescência
Da harmonia desarmônica
Dos sóis de quem vende e de quem compra.



Então, quando advém a hora ansiada,
Afluem sôfregas ao encontro do tapete
De frutas, legumes e verduras
Que cobre o chão
Onde, sob os afagos rudes do dia-a-dia,
Rodas, sapatos, pés desnudos ou de sandálias
Apressada e inescrupulosamente pisam.


Ah, e como a fome delas
É canina e ao mesmo tempo conformista:
Um ancião desempregado
Amaina o vácuo em sua barriga
Com uma suculenta manga dormida.
Ah, quando alguém se depara
Com a horrenda fronte da fome
------ Sentada no trono de sua opulência ferina ------
Deslinda que o nojo é luxo;
Não uma alameda a ser seguida.





Algumas, ao regressar a seu ninho,
Comutam refugo em lucro:
O que na feira era lixo;
Na carente vila de casebres
É auspicioso fruto rentável, celeste, divino.


No entanto, para a hoste de grisalhas
Barbas engravatadas e garbosas,
Este paraíso da lídima e visceral miséria
É nada mais que um moribundo resquício
De seu passado sem rosas e azaléias.


Não, mas estas pessoas:
Estas pessoas sabem
Que a miséria cintila até o ponto
Em que assoma a dor nas vistas;
Que ela é viva, concreta, fenece, fere,
Queima e alucina.
E ela o faz de inúmeras maneiras:
Maneiras que a mais poderosa verve
Nunca sequer imagina.


Sim, todavia alheias aos mais atrozes sofismas,
Elas prosseguem crentes na vida:
Sempre a segurar a ponta do rabo
Daquilo que crêem ser a esperança,
Apesar do crepúsculo, das mazelas,
Das chagas em abundância,
Da dor, da amargura e da desabonança!
Enfim, elas prosseguem,
Mesmo com o mar infinito de desamor,
De inclemência, da ausência de ternura
E do culto da sentimental distância.
Sim, estas belas pessoas continuam a hastear,
Embora não saibam,
O estandarte do vislumbre de uma vindoura era magnânima.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA